Inominável Inominável #15 | Page 42

diversidades

por Eliseu Pimenta

Numa recente incursão pela Rota da Terra Fria Transmontana, tive o privilégio de participar numa actividade nocturna de observação de planetas, estrelas e algumas constelações. Nesta acção promovida pelo PINTA – Parque Ibérico de Natureza e Aventura de Vimioso, surpreendi positivamente alguém (presumo que uma dinamizadora) por ter acrescentado à sua afirmação de que “seria possível olhar e observar o universo” a palavra “multiverso”.

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Multiverso é a palavra utilizada para referir o conjunto de hipotéticos universos que se pegam e de forma contínua e interminável preenchem o espaço contíguo ao “nosso” universo. Stephen Hawking, físico teórico recentemente falecido, defendia e aprofundava avidamente a ideia/conceito de que existem muitos outros universos para além do nosso, constituídos por galáxias, estrelas e planetas totalmente desconhecidos e inimagináveis. Assumo que acredito no carácter infinito do espaço e a palavra “multiverso”, para além de me soar bem, faz-me sorrir, apesar de normalmente me sentir associado a um lunático ou alienígena tresmalhado: o mundo também avança e aprende com o erro se alguns pensamentos forem elásticos e, no limite, rebentarem.

Potencial extraterrestre mas agora em terra firme, demando: o que terão em comum o Cabo da Roca, Penha das Torres, Cevide e o Cabo de Santa Maria? Dito de outra forma, qual o elemento diferenciador existente no Parque Natural de Sintra-Cascais, no Parque Natural do Douro Internacional, na Zona de Protecção Especial do Rio Minho e Sítio da Rede Natura 2000 e na Área Protegida da Ria Formosa, que assemelha estas tão diferentes e distantes zonas protegidas?

Proponho-vos, pois, uma viagem rápida, finita e geograficamente comprovada, percorrendo os pontos extremos do território continental português. Apesar de alguns serem ilustres

Inominável

Do pensamento elástico aos

estáticos extremos

de Portugal