Dragões #448 Mar 2024 | Page 32

CLUBE

HISTÓRIA DAS ELEIÇÕES

DO FC PORTO O ESTADO NOVO

Agradece-se a António José de Sousa Magalhães , filho do candidato a Presidente da direção António José de Sousa Magalhães , a cedência de informações e fotografias relativas às eleições de 1959
Em Portugal a ditadura durou 48 anos , mas no FC Porto a democracia nunca deixou de imperar . Ao longo de quase cinco décadas houve mudanças . A participação atingiu níveis superiores , os mandatos tornaram-se mais longos , os atos eleitorais tomaram uma forma próxima da que conhecemos na atualidade . O essencial , no entanto , permaneceu : ao contrário do que acontecia e acontece em vários outros clubes , os titulares dos corpos gerentes nunca deixaram de ser democraticamente eleitos pelos sócios em igualdade de circunstâncias . Um sócio , um voto .
TEXTO : DIOGO FARIA

Durante os 48 anos em que vigoraram a Ditadura Militar e o Estado Novo , o FC Porto foi a votos 42 vezes . A primeira aconteceu menos de dois meses depois do golpe de 28 de maio de 1926 , a última cinco dias antes do 25 de abril de 1974 . Em termos desportivos , esta foi a fase mais negra da história do clube , que atravessou dois longos períodos sem vencer o principal título nacional de futebol : de 1940 a 1956 e de 1959 até ao fim do regime ( este só seria quebrado em 1978 ). Ainda assim , entre uma data e a outra o FC Porto cresceu e isso refletiu-se nas eleições . Esta é história desses atos eleitorais , contada a partir das atas das assembleias-gerais que se preservam no Centro de Documentação do Museu FC Porto .

António José de Sousa Magalhães e Luís Ferreira Alves enfrentaram-se nas eleições de 1959
32 REVISTA DRAGÕES MARÇO 2024