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H Ó Q U E I E M PAT I N S
GONÇALO ALVES
“SONHO?
SER CAMPEÃO EUROPEU DE CLUBES”
Foi no conforto do lar que Gonçalo Alves voltou a conversar com a
DRAGÕES. Simples e certeiro, o avançado do FC Porto abriu-se em
tempos de isolamento social para contar o que foi fazendo para manter
a forma, enquanto recordava também a época que não chegou ao fim e o
“maior feito da carreira”, conseguido no verão passado. Entre inspirações
e o projeto de ser um exemplo para os mais novos, o camisola 77 dos
azuis e brancos reforçou a vontade de regressar aos pavilhões e de
voltar a lutar pelo sonho de ser campeão europeu de azul e branco.
ENTREVISTA de SÉRGIO VELHOTE
J
á lá vão 14 meses
desde a última
vez que Gonçalo
Alves conversou
com a DRAGÕES. O
tempo voa, como se costuma
dizer, mas muito se passou
durante este período. Muitos
jogos, muitos golos e muitos
troféus, quer de azul e branco
ou a defender as cores de
Portugal. No entanto, esta
conversa surgiu numa situação
diferente. Devido à pandemia
que todos enfrentamos, as
respostas foram dadas por
e-mail, a partir do conforto
de casa, mas o avançado não
desiludiu. Foi simples, rápido
e certeiro, como se de um
REVISTA DRAGÕES ABRIL 2020
remate à baliza se tratasse.
O hoquista começou por olhar
para o Gonçalo Alves de outrora,
que na edição de fevereiro de
2019 da DRAGÕES nos confessou
ser um “jogador mais completo”.
Agora, fala em maturidade.
“Neste momento, é um Gonçalo
mais maduro dentro e fora
do campo. Esse salto não se
deve apenas pelos títulos
conquistados, mas também
pelos papéis que tenho vindo
a desempenhar. Tudo isso faz
com que eu, dia após dia, esteja
ao meu melhor nível”, admitiu.
O avançado ajudou o FC Porto
a conquistar o campeonato
na última época, o “principal
objetivo” de toda a equipa. “Foi
uma longa caminhada, na qual
enfrentámos grandes obstáculos,
mas, todos juntos, conseguimos
sair vencedores. Penso
que fomos muito regulares
durante toda a época, o que
nos permitiu ser campeões”,
contou, antes de apontar os
jogos frente ao Sporting e ao
Valongo como decisivos para
assegurar o primeiro lugar.
“Tínhamos um plantel muito
forte, com vários jogadores
que já jogavam há muitos anos
juntos. Sabíamos praticar um
hóquei bonito”, acrescentou.
No final da temporada, Gonçalo
Alves voltou a ser o melhor
marcador do campeonato, algo
que nunca foi um objetivo para
o avançado. “O mais importante
sempre foi vencer o campeonato. É
claro que terminar o campeonato
com esse estatuto me deixou
muito feliz, porque sinto que ajudei
a equipa. Sinto-me bem por ter
dado o contributo à equipa dessa
forma e, não vou mentir, adoro
marcar golos”, afirmou. Apesar do
sucesso, o FC Porto voltou a não
ter sorte a nível internacional, ao
perder as finais da Liga Europeia
e da Taça Continental. “Nunca é
fácil digerir derrotas, em especial
quando lutamos por títulos que
queremos muito vencer. Temos de
olhar para essas finais e ver o que
podemos melhorar para sermos
mais fortes do que o adversário
na próxima oportunidade”.