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TEXTO : ALBERTO BARBOSA

Maio é o mês mais que perfeito , o mês de Madjer e João Pinto , de Deco e Derlei , de Carlos Alberto e Alenichev , de Hulk e Falcao , da valsa , do flamenco , de castelos , catedrais e até de uma desconhecida cidade industrial que rapidamente conquistou um lugar de respeito no léxico portista , apesar da pronúncia difícil .

Começou tudo no Prater , onde o FC Porto conquistou o ouro depois de um toque de calcanhar que ficou para história como o golo mais ousado das finais europeias e de uma vitória épica sobre o ultrafavorito Bayern Munique ; com estilo , com classe e com dois toques soberbos que confirmaram a reviravolta e a vocação internacional de um clube mal-amado no próprio país . 27.05.1987

A vitória em Sevilha do jogo cerebral de Deco e da velocidade terminal de Derlei atinge este ano a maioridade e reacende memórias do braseiro de La Cartuja , onde o título só foi decidido no prolongamento , mas sempre com o FC Porto a colocar-se em vantagem perante o Celtic na discussão e na vertigem de agarrar ao título .

O golo de calcanhar de Madjer é icónico e imortal , mas o argelino continua a insistir , ainda hoje , que mais bonito do que o golo de Viena é o que marcou ao Belenenses nas Antas , três meses depois e também de calcanhar .

Autor de dois dos três golos com que o FC Porto venceu o Celtic de Glasgow na final , o brasileiro Derlei foi eleito o MVP da final , distinguindo-se também como o melhor marcador da competição , com 12 golos .

21.05.2003